A Conferência Nacional das Mudanças Climáticas de 2024, realizada entre os dias 18 e 20 de junho na sede do CNPq em Brasília, enfatizou a necessidade de uma governança climática multisetorial no Brasil. Durante a conferência, foram abordados temas como impactos do aquecimento global no Brasil, transição energética, biodiversidade, efeitos das mudanças climática na saúde, recursos hídricos e também a capacidade de previsão e resiliência das cidades diante de eventos extremos.
Gabriela Andrietta
O professor Mario Mendiondo, da EESC/USP, pesquisador associado do CBioClima, participou da mesa-redonda sobre Recursos Hídricos, moderada por Francisco de Assis Souza Filho da UFC/RC, na qual foram discutidos os principais desafios científicos e tecnológicos para garantir a segurança hídrica, como a gestão integrada dos recursos hídricos, a implementação de tecnologias avançadas para monitoramento e previsão de secas e enchentes, e o desenvolvimento de infraestrutura resiliente.
Na sua fala, o professor Mario destacou a necessidade de investimento em pesquisa interdisciplinar e soluções inovadoras para a adaptação das infraestruturas hídricas às novas realidades climáticas. Ele enfatizou a importância da recuperação econômica e a dimensão da educação para a segurança hídrica, destacando também a importância de sistemas de alerta precoce e a utilização de uma modelagem hidrológica avançada para prever e mitigar os impactos de eventos climáticos extremos.
Segundo o Prof Mario Mendiondo, a Conferência Nacional de Mudanças Climáticas estabelece várias marcas. Por um lado, traz um histórico de conquistas científicas e tecnológicas, derivadas da Política Nacional de Mudança do Clima (Lei Fed. 12.187/2009) e de atualizações dos últimos relatórios do IPCC/AR6. Por outro lado, ela incorpora os desafios para a próxima 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30): uma ciência transformadora e sensível que incorpore os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em escalas locais e com seus alicerces na biosfera (ODSs 6, 13, 14 e 15), sendo respectivamente, "Saneamento e Recursos Hídricos", "Ação Climática", "Biodiversidade Terrestre" e "nos Oceanos". É nesse contexto que se insere o Centro para Pesquisa em Dinâmica da Biodiversidade e Mudança Climática (CBioClima) da UNESP, apoiado pela FAPESP e com colaboração de pesquisadores nacionais e internacionais. O Prof Mario Mendiondo apresentou um exemplo prático: como é a inserção e diálogo interdisciplinar do CBioClima com outros INCTs vigentes (ver Figura 1) e iniciativas nacionais e internacionais, apoiadas também pela CAPES e CNPq, visando o nosso "Futuro Ancestral" comum, seguindo inspiração indígena de Ailton Krenak, rumo à COP30. Neste Link, a partir das 6h e 48min do contador da gravação de Youtube, aparece a apresentação do Prof. Mario.
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